Caminhando com os Senhores do Tempo, da Vida e da Morte...

"Estava caminhando por uma estrada deserta, com os Senhores do Tempo, da Vida e da Morte ao meu lado, e a princípio senti-me assustado, depois, preocupado, e em seguida tranquilo. O que poderia eu fazer, um simples e reles mortal, ao lado de tal companhia. Simplesmente, continuei a minha caminhada. Não era exclusividade de nós, umbandistas, passar por isto. Todos passam e passariam por isto, com maior ou menor consciencia. Fazer o melhor. O que será o melhor de nós. Viver com intensidade. Aproveitar o tempo e a vida. Ter prazer naquilo que fazemos. 


Qual o limite do prazer? Amar ao próximo. Quem é o meu próximo? Viver o Aumbhandan. Ah! Eis a grande questão que se nos deparamos, uns com consciencia, outros um pouco menos, outros automaticamente, e ainda outros, procurando favores e delícias. Qual o nosso rumo? Que espécie de Umbanda estamos praticando? Existem umbandas, ou devemos procurar a única, " The only one"? Viver as virtudes e abandonar os vícios, pelos princípios dos povos antigos? Buscar o nirvana, pelos budistas? Queremos o paraíso e abaixo o inferno? Vamos todos para a Aruanda, encontrar nossos Guias e Pais espirituais, Caboclos, Pretos-Velhos e Crianças... Encontrar Oxum. Ogum, Xangõ, e todos os outros. Vamos nos misturar com Exu e Pombagira e curtir por aí? Buscando a nossa base filosófica, estabelecemos os nossos princípios. Encontramos o nosso caminnho e continuamos a caminhar na estrada com os Senhores da Vida e da Morte, do Tempo e do Amor, da Fé e da Caridade, que se juntarão a Nós numa jornada mais segura. O conhecimento acontece pelo esforço mental, pela dedicação. Ele é a carga que portamos, junto com nossas ferramentas, incorporado a alguma parte do nosso ser imortal, às vezes obscurecido. O entendimento e a compreensão são as armas do guerreiro e posteriormente do sábio em que nos tornaremos. Estamos por nossa conta, é o que diz o caboclo com voz pausado e sonora. Pensamos... 


E agora, cresci, não sou mais criança, muito menos adolescente, mas continuo me comportando como tal. Cheio de conflitos. "O muro é você quem vai erigir"... Penso em um muro â minha volta, quando deveria perceber que o símbolo desse muro é a força que me anima, a comunhão com as Forças, a capacidade de ser responsável, de assumir meus erros e de me perdoar. Saber enfrentar meus medos e ser adulto, não mais me escondendo nas barras da saia da mamãe ou segurando na perna da calça do papai. Ele ainda está ali, mas agora como meu amigo e companheiro, o General que me lidera na Grande Batalha que travamos antes contra nós mesmos e depois contra as Trevas que teimam em dominar o mundo... E isso é real. Ou é ilusão!? Será que a nossa batalha é contra a ilusão da Vida e da Morte? 


Nossos estudos precisam buscar estas questões para poderem ter significância! Vamos buscar a profundidade, porque é lá que está a fonte da Vida, o Caminho, que se confunde com as agruras e delícias dos nossos dias, vividos com intensidade, júbilo, e simplicidade. Se o Pai veste os lírios do campo e às avezinhas do Céu não deixa nada faltar, porque não teríamos o mesmo direito. Estamos meio perdidos, às vezes com excessos na bagagem, com muita gordura. Caminhamos pesado, enquanto outros irmão não tem energias para caminhar, por lhes faltarem o que nos sobra. Estudemos esses porquês! Abracemo-nos uns aos outros, todo dia, perdoemo-nos e sejamos capazes de ser sinceros, humildes, caridosos e plenos de Fé, quando nos faltar o conhecimento, busquemos a Verdade, seja lá o que Verdade signifique...

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